domingo, 15 de junho de 2008

INCLUSÃO: Porto Alegre é demais

O desafio de incluir os alunos com necessidades educativas especiais de verdade na escola está colocado para quem defende o direito de todos à educação. Porto Alegre tem dado passos importantes nesse sentido, mas ainda de forma fragmentada: cada rede de ensino à sua maneira, cada escola com sua proposta pedagógica, cada família com sua luta para romper barreiras, conquistar uma vaga adequada ao seu filho, onde acolhimento e aprendizagem aconteçam. Com as diretrizes do governo federal, no sentido da inclusão de todos nas escolas comuns, um movimento de diálogo de cidade inicia. Primeiro, defensivamente: manter as escolas especiais, espaço conquistado com luta e, muitas vezes, única política pública que chega a nossas crianças, adolescentes e jovens com necessidades educativas especiais. E agora, mais consistente e articulado: a constituição de um Fórum pela Inclusão Escolar que mobilize todos os que mantêm, atuam e são atendidos pela educação especial. Por um lado, para publicizar e colocar em debate cada experiência, avanços e limites; por outro, rever conceitos, práticas, propostas pedagógicas para construir alternativas que ampliem a inclusão. Um ciclo de debates já é iniciativa do Fórum: cinco encontros mensais, de junho a novembro, que discutirão a experiência dos movimentos de inclusão tanto nas escolas especiais quanto nas comuns. O registro vai se transformar em texto para devolução à cidade. Queremos ainda que esse caminho resulte num primeiro diagnóstico, quantitativo sim, mas sobretudo qualitativo, da oferta e da demanda constituídas na Capital e, com isso, gerar, reavaliar, ampliar políticas públicas de inclusão escolar.O propósito é ousado! Por isso, estão todos convidados e muitos destes já envolvidos: conselhos de direitos, de educação, o Legislativo municipal, as escolas públicas, privadas, especiais e comuns, pais, professores e funcionários, representantes das Salas de Integração e Recursos, secretarias Municipal e Estadual de Educação e de Acessibilidade, entidades de classe representativas dos segmentos e especialmente os próprios alunos, cuja voz, necessidades, escolhas, só serão de fato respeitadas se forem eles também protagonistas!

SOFIA CAVEDON Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude da CMPA

Fonte: JORNAL CORREIO DO POVO- ANO 113 Nº 258 - PORTO ALEGRE, SÁBADO, 14 DE JUNHO DE 2008

Foto: Anelise Barra Ferreira

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