sexta-feira, 27 de junho de 2008

Ciclo de Debates do Fórum pela Inclusão escolar - 30/06

O primeiro encontro do Ciclo de Debates do Fórum pela Inclusão Escolar ocorrerá na Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, às 19h com o tema: "SIR e Escola Regular", contando com os relatos das professoras Letícia (SIR Monte Cristo) e Giovana (Chico Mendes) e debatedora Zélia Farenzena.

terça-feira, 24 de junho de 2008

II CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Resoluções e moções
A II Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Porto Alegre teve o tema Inclusão, Acessibilidade e Cooperação: A Cidade Conquista e Avança. O evento foi realizado nos dias 18 e 19 de junho de 2008. A seguir, apresentamos as deliberações e moções aprovadas pelos grupos temáticos e ratificadas pela plenária e a nominata dos delegados eleitos. As resoluções serão encaminhadas por esses delegados à Conferência Estadual, em 21 e 22 de agosto.
Cada um dos grupos temáticos definiu três itens referentes a Avanços, Dificuldades e Desafios relacionados à Acessibilidade e Inclusão de Pessoas com Deficiência em Porto Alegre.
RESOLUÇÕES:
GRUPO TEMÁTICO 1 – SAÚDE E REABILITAÇÃO PROFISSIONALAVANÇOS1. Criação do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comdepa);2. Adesão ao Decreto Lei nº 6.215;3. Benefício da Prestação Continuada agora com possibilidade de recebimento, depois de cessada por causa de emprego obtido, ou seja, o BPC volta a ser concedido se a pessoa perde o trabalho. DIFICULDADES1. Atendimento na Rede às especialidades;2. Dificuldade de incluir pessoas com deficiência nas empresas, pois os pré-requisitos são maiores do que a capacidade dos candidatos com deficiência;3. Demora de atendimento pelo Sistema Único de Saúde na questão de órteses e próteses. DESAFIOS 1. Implantação do GT que será responsável pela implantação do Decreto Lei 6.215, envolvendo as secretarias e órgãos municipais de Saúde, Habitação, Transportes, Direitos Humanos, Educação e Assistência Social;2. Capacitação profissional, conscientização e sensibilização das empresas para receber os deficientes como profissionais;3. Aumento no atendimento de habilitação e reabilitação, com recursos do Fundo Municipal.
GRUPO TEMÁTICO 2 – EDUCAÇÃO E TRABALHOAVANÇOS1. Movimentos e Conferências como esta, para discutir e implementar políticas de inclusão social;2. Avanços na legislação sobre inclusão social;3. Inclusão, no quadro de funcionários de empresas privadas, de pessoas das diversas áreas de deficiência. DIFICULDADES1. Falta de capacitação dos profissionais para atender a demanda de pessoas com necessidades educacionais especiais e pessoas com deficiência;2. Falta de mecanismos de fiscalização das políticas e leis de inclusão social, e decisões sem a participação das pessoas diretamente envolvidas, tais como deficientes, seus familiares e profissionais da área da educação);3. Insuficiência de programas de divulgação, inclusão e sensibilização junto às empresas quanto a capacidade e potencial das pessoas com deficiência. DESAFIOS 1. Manutenção das escolas especiais como espaço inclusivo;2. Capacitação dos profissionais da educação em relação à quantidade e especialização a partir de mapeamento prévio das pessoas com necessidades de educação especial e pessoas com deficiência, contemplando oficinas de capacitação para o trabalho;3. Criação de mecanismos de fiscalização do cumprimento das políticas e leis de inclusão social, abrangendo sanções para o descumprimento das determinações legais inerentes à matéria.
GRUPO TEMÁTICO 3 – ACESSIBILIDADE UNIVERSAL AVANÇOS1. Criação do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência;2. Criação da Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social;3. Implementação da botoeira para deficientes visuais nos elevadores. DIFICULDADES1. Falta de acessibilidade universal nas calçadas e no mobiliário urbano;2. Mais ônibus adaptados para pessoas com deficiência;3. Regramento do mobiliário urbano, conforme Normas da ABNT. DESAFIOS 1. Criação do cargo “Fiscal de Acessibilidade” pela Seacis2. Redução de impostos nas tecnologias assistivas para deficientes, nas três esferas de governo.3. Criação de fundos municipal, estadual e federal para isenção fiscal e disciplina de projetos.
MOÇÕES:
MOÇÃO DE Jorge Renato Castro Brasil
Que se cumpra a legislação vigente, que reserve e contemple, com um número superior a 5%, as pessoas com deficiência, com a moradia social, fora das áreas de risco, hoje a única maneira da pessoa com deficiência conseguir uma moradia digna.
Por não haver uma lei municipal percentuando a quantidade de moradia social, este público – os deficientes – com sua vulnerabilidade social não tem acesso, morando de favor ou em residências de qualidade muito baixa pelo valor de aluguel, este público deficiente, não consegue a digna moradia social.
O número de crianças deficientes usuários de remédios anticonvulsivos e com baixa imunidade é imenso.
Assinam a moção 41 conferencistas.
MOÇÃO DE Eri Domingues da Silva
Garantir a produção em Braille, em tipos ampliados e em áudio, de toda a documentação legal, informativos, folderes e quaisquer outros impressos públicos direcionados à comunidade em geral.
Assinam a moção 45 conferencistas
MOÇÃO PELA MANUTENÇÃO DAS ESCOLAS ESPECIAISDorisnei J. da Rosa
Gostaríamos de relembrar a trajetória de Porto Alegre, prefeitura e criação das escolas especiais.
Há 20 anos foram criadas as escolas especiais. Hoje, são quatro, as quais são consideradas espaços educativos, com ensino de qualidade para PPDs.
As escolas especiais funcionam pensando no desenvolvimento e construção dos diferentes sujeitos, com suas diferenças e igualdades, pensando desde zero ano até os 21 anos, na sua inclusão de fato, na filiação e mito familiar (pois não são filhos da síndrome ou da patologia, mas de seus pais), na identificação com seu gênero (feminino ou masculino), na cultura e no social (por exemplo, nas escolas infantis), no ensino fundamental, no Seja e no trabalho, de acordo com possibilidades de cada um e, enfim, na própria educação especial, para aqueles que ainda não são acolhidos e não suportam a escola regular, visto suas condições diacrônicas e sincrônicas para suportar e acessar um currículo normatizante e homogêneo, o qual ainda não considera as “defasagens (grandes) no desenvolvimento cognitivo” dos PPDs, como por exemplo não consideram sujeitos que “funcionam como bebês”, que não têm atividades de vida diária independente, que usam fraldas, que não brincam, ou, por exemplo, que batem e ainda não se alfabetizaram...Bom, são exemplos da clientela que as escolas especiais hoje acolhem, trabalhando-os em grupo, de forma pedagógica, mas considerando o individual de cada um...Igual, também consideramos que acolhemos também outra clientela, que são aqueles com traços psicóticos e/ou autistas, síndromes, cadeirantes com grande atraso no desenvolvimento cognitivo, crianças com transtornos no DNPM etc que necessitam de um trabalho onde o currículo seja flexível, o espaço pode ser transitório (até onde o sujeito necessite e depois vá para Educação Fundamental e afins) heterogêneo e não normatizante. Aqui é considerado a “aprendizagem”, proporcionando atividades que intervenham no desenvolvimento como um todo.Ainda achamos necessária a escola especial, visto o que foi apontado acima, bem como seria excluir os PPDs de um trabalho de qualidade, ao normatizá-los, de forma a colocá-los na educação formal/fundamental, se ainda não estão preparados para tal. Muitos são a clientela, que antigamente estava infantilizada e em clínicas multiprofissionais, sem acesso a uma educação pedagógica. Para tal, é necessário uma caminhada para inclusão da clientela, PPDs com transtorno no DNPM para incluí-los no ensino formal. Para isto as escolas especiais de Porto Alegre vêm como espaço de currículo flexível, transitório, heterogêneo e promotor de reconstrução e inclusão destes nos vários eixos – cidadania, cultura, grupo, filiação, conteúdos e desenvolvimento estrutural e instrumental conforme cada sujeito, sendo também muitas vezes a preparação para passagem desses outros espaços formais.
Em outros, a escola especial é o espaço possível e inclusivo na relação da criança com graves transtornos para ser trabalhado a diversidade, a relação com o outro colega e mundo e seus conteúdos, bem como daí a promoção de mudanças no desenvolvimento...
Na verdade um paradigma: “Não somos todos iguais... há diferenças... a inclusão vem para acolher e não para homogeneizar espaços... a diversidade também é uma escolha em dado momento”.
(Assinam a moção 45 conferencistas).
19/06/2008 - Jornal do Comércio Opinião 04 De Porto Alegre para os porto-alegrenses
Desde a sua criação, a Secretaria de Acessibilidade e Inclusão Social (Seacis) assume compromisso com Porto Alegre e especificamente com as pessoas com deficiência da Capital. Foi assim ainda em 2005, quando depois de três meses de funcionamento, seguindo diretriz nacional, realizou a 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Naquele evento, as discussões não tangeram o extremismo do certo ou errado, do a favor ou contra, mas orientaram, sim, a discussão pela cooperação, sugerindo ações a serem aplicadas localmente e outras resoluções a serem levadas para discussão ou intervenção estadual e nacional. Aquela pauta, discutida e encaminhada na 1ª Conferência, norteou as ações da Seacis, que objetivou ter o apoio da sociedade civil, das outras secretarias municipais, das pessoas e dos empreendedores, sem perder o objetivo de pensar pelo e para o coletivo.
Realiza-se, no Centro de Eventos da Cultura Gaúcha, no Parque Harmonia, a 2ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Vamos aprofundar temas referentes à inclusão social e à acessibilidade em nossa cidade, como o diagnóstico que está sendo construído em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC, que culminará no Plano Diretor de Acessibilidade.
Na programação, destaque para a adesão de Porto Alegre ao Compromisso Nacional pela Inclusão da Pessoa com Deficiência, que será formalizada pelo prefeito José Fogaça. Por esse termo, a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, órgão da Presidência da República, e a Prefeitura de Porto Alegre iniciam ações conjuntas para inclusão de pessoas com deficiência.
Nesses quase três anos de atuação, a Seacis enumera ações nas áreas de acessibilidade e inclusão social das pessoas com deficiência, primando pela organização e disseminação dos conceitos inerentes a estas pessoas, para formar uma nova cultura na cidade. Ao mesmo tempo em que atendeu a 378 intervenções e a pedidos de providência, a Seacis contribui permanentemente para a qualificação de deficientes visuais em informática, qualifica servidores municipais, apóia eventos da sociedade civil e mantém os olhos no futuro, tendo em vista que Inclusão, Acessibilidade e Cooperação:
A cidade conquista e avança, tema da nossa conferência, é também objetivo e fim de nossa atuação cotidiana.
Tarcízio Teixeira Cardoso - Secretário de Acessibilidade e Inclusão Social Patrícia Coelho de Souza - MTb 5691/RSAssessoria de ImprensaSecretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social (51) 3289-1282
Fonte: Jornal do Comércio
O que eu posso fazer para
que os meus colegas
com deficiência
façam parte da minha turma?

Acessibilidade na Capital é de 60%


Cerca de 60% das 93 escolas da rede municipal de Ensino de Porto Alegre já têm acessibilidade para pessoas com deficiência, incluindo instituições de Educação Infantil e de Ensino Fundamental. Rampas de acesso, elevadores, banheiros adaptados, corrimões de apoio são alguns dos equipamentos disponíveis. 'Gosto de estudar matemática, ler na biblioteca e jogar basquete com os colegas. No futuro, quero ser pintor', conta o aluno Alisson Martin da Cunha, 14 anos, que é tetraplégico. Para a secretária municipal de Educação, Marilú Medeiros, as ações de acessibilidade representam ganho na condição de acesso e permanência na escola. 'Em meados de 2005, os alunos com necessidades educacionais especiais representavam 4,5% do total de estudantes matriculados na rede. Agora, são 7,5%', comemora a coordenadora da Educação Especial na Secretaria Municipal de Educação, Viviane Loss. Diferente do ensino regular, nas instituições de Educação Especial, o acesso pode ocorrer em qualquer momento desde que haja vaga.


Fonte: Correio do Povo, 24 de junho

Correio do Povo: Campanha vai estimular a inclusão

Promoção Melhor Amigo Correio do Povo lançada ontem, em Porto Alegre, envolverá escolas no RS

O que eu posso fazer para que os meus colegas com deficiência façam parte da minha turma? Com esse questionamento, a promoção Melhor Amigo Correio do Povo, lançada ontem, pretende estimular a reflexão sobre a inclusão de pessoas com deficiência nas escolas públicas e privadas em todo o Estado. A iniciativa, que envolverá estudantes dos 5 aos 12 anos, foi explicada a diretores das escolas da rede municipal, no auditório da Secretaria Municipal da Educação (Smed), parceira da ação. O prazo para a entrega das respostas termina em 1º de agosto.Os cupons estarão disponíveis na sede do Correio do Povo (CP) e em edições do jornal (o primeiro foi publicado na edição de ontem). Também haverá distribuição do material aos alunos das 93 escolas da rede municipal da Capital, que somam cerca de 40 mil crianças na faixa etária que envolve a promoção. 'Desde a infância, é importante estimular o debate sobre o tema. A campanha irá além da sala de aula', ressaltou a coordenadora da Educação Especial da Smed, Viviane Loss. Na Capital, a rede de Ensino atende a 4 mil alunos com algum tipo de deficiência, desde a Educação Infantil até a EJA. No lançamento, o secretário municipal de Acessibilidade e Inclusão Social, Tarcízio Cardoso, salientou a necessidade de mudança de cultura. 'As crianças precisam chegar à fase adulta pensando que a pessoa com deficiência é igual a qualquer outra.'.O autor da frase mais criativa ganhará um computador. A escola do vencedor receberá ainda um computador com um programa que permita sua utilização por pessoas com deficiência visual. A resposta deve ser escrita no cupom da promoção ou em carta para o jornal. A entrega pode ser feita no CP ou por correspondência (rua Caldas Júnior, 219, Porto Alegre, Centro, CEP 90019-900). Na frente do envelope, é preciso escrever Promoção Melhor Amigo Correio do Povo. A iniciativa, que conta com o apoio da Procuradoria Regional do Trabalho da 4ª Região, integra a campanha Dá Pra Viver Com Deficiência, Mas Não Dá Pra Viver Sem Trabalho, do Grupo Record/RS.

EDUARDO SEIDL
Iaci Rocha, do Marketing do Correio do Povo, apresentou o cupom da ação social
Fonte: Correio do Povo - 24 de junho