sábado, 25 de outubro de 2008

ALFABETIZAR: UM PROCESSO "SOFRIDO" E GRATIFICANTE


O educador necessita estar em constante busca de recursos e fundamentação para manter seus alunos entusiasmados pela aprendizagem, pela leitura e escrita, pela inclusão no mundo letrado sem perder de vista suas necessidades e possibilidades, seus interesses e sua vida íntima, remetendo-os a uma atitude reflexiva que transmita segurança nas aquisições, sem deixá-los acomodados, buscando a cada patamar adquirido, desestabilizá-los para aquisição de novas conquistas.
Para alunos com necessidades especiais a possibilidade de ler é conquistada com muito empenho e dedicação dos profissionais que lidam com esse foco, pois exige contrapor todas impossibilidades que durante 10 ou 12 anos conviviam diariamente com eles e com o entorno familiar e relacional. O processo é sofrido para ambos, aluno e educador. Muitos mitos devem ser derrubados, as estruturas precisam ser revitalizadas, a crença na possibilidade, em muitos casos, deve ser maior que a efetiva possibilidade.
O primeiro passo para um aluno ler é acreditar.
Isso desloca as atenções da impossibilidade ou grande dificuldade do aluno para a criação de uma estrutura de trabalho, para uma vinculação, para criação de um ambiente de segurança e confiança que possibilitem aquisições. O que deve ser adaptado, recriado, estudado, é o modo de propor e exigir. Quando detectado que o problema é o jeito de ensinar, o que se ensina e como se ensina, liberamos o aluno para crescer e adquirir informação suficiente para ler o mundo através, também das letras.
A busca deste "método", deste jeito de fazer exige dedicação, pesquisa e gosto pelo fazer.
Gosto pelo crescimento do outro.
Gozo pela conquista do aluno, pois isso significa dar dignidade a um cidadão, propiciar a caminhada em busca da autonomia. Significa inserir um sujeito no mundo das possibilidades e, mais do que isso, inclui um indivíduo na estrutura familiar como efetivamente um sujeito que sente, pensa, se expressa e participa do mundo sem necessitar interprétes ou representantes.
Rejane Guariglia da Silva
Psicopedagoga

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

14% da população tem deficiência

Porto Alegre tem 14,3% da população – 194.531 pessoas – com algum tipo de deficiência, sendo que a visual registra a maior incidência (8,55%). A região com maior número foi a Restinga (16,91%). A menor ficou na zona Nordeste, com 8,21%. As informações relativas aos portadoras de deficiência na Capital foram analisados e debatidos em um encontro realizado na Secretaria Municipal da Administração, que reuniu pesquisadores, representantes de entidades e dos conselhos municipais.

Os dados foram tabulados pela Gerência de Informações da Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local (SMGL), com base no Censo 2000 do IBGE. Essa foi a primeira reunião do Projeto Democratizando Informações, do Observatório da Cidade de Porto Alegre (ObservaPoA). Os números estão disponíveis no site www.observapoa.com.br.

A técnica da Gerência de Informações da SMGL Adriana Furtado salientou que os números da Capital gaúcha são semelhantes aos do restante do país, que registra 14,48% de pessoas com alguma deficiência. 'O objetivo do ObservaPoA é mostrar que existem várias pequenas cidades dentro de Porto Alegre e que os dados sirvam para a cobrança de políticas públicas para determinada região', afirmou Adriana.

O titular da Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social (Seacis), Tarcízio Cardoso, observou que desde a criação da Pasta, em 2005, está se buscando intensificar iniciativas voltadas ao bem-estar das pessoas portadoras de deficiência. 'Os dados do Censo 2000 estão defasados. Por isso, criamos um programa que pretende quantificar e localizar as pessoas com deficiência na Capital.' Segundo ele, o objetivo é criar projetos com a iniciativa privada e entidades do terceiro setor.

Em dezembro, será realizado o segundo painel, com o tema trabalho, a partir da Pesquisa de Emprego e Desemprego. Também em dezembro, haverá o Seminário do Atlas de Desenvolvimento Humano (IDH) da Região Metropolitana, que inclui o IDH de 163 áreas de Porto Alegre.

Fonte: CORREIO DO POVO - QUINTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO DE 2008