terça-feira, 15 de julho de 2008

Curso de Surdoceguerira

A Seção de Educação Especial da Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul promoveu no período de 07 a 11 de Julho de 2008, em Porto Alegre, o Curso de Surdocegueira e entrelaçamento com a Tecnologia Assistiva.

Em torno de 120 professoras da Rede de Ensino Estadual do RS, a maioria do interior do Estado e atuando no ensino básico, participou do curso quase que em regime de imersão total. Foram quase 10 horas por dia de intensa programação e de profundo aprendizado, nas duas áreas de conhecimento a que se propunha o curso.

Quase nada pode-se debater a respeito das perspectivas de inclusão dos alunos com deficência nas salas comuns do ensino básico e com que apoios estes professores poderão contar para desenvolver um trabalho de qualidade e promover uma inclusão com responsabilidade. Algumas poucas iniciativas de debate foram peremptoriamente cortadas, alegando-se que todas estavam lá por livre e espontânea vontade para trabalhar com as possibilidades e não para alegar dificuldades.

Inclusão, assim como qualquer trabalho pedagógico de qualidade, não se faz só com boa vontade. É necessário muito investimento - pessoal e institucional. E também não são só investimentos materiais.

Computadores e todo o aparato tecnológico nas escolas ajudam muito.
Mas são apenas um ponto de partida. Estratégias de ensino precisam ser pensadas, organizadas e apoiadas por todo um corpo técnico, que hoje é quase inexistente nas escolas. Formação é imprescindível, mas isso não significa um curso eventual. São necessárias muitas reuniões, de estudo e de planejamento, para se implementar novas metodologias. Sem esquecer as muitas horas que se despende preparando materiais que, se não precisam ser individuais, precisam ser variados, para atender a enorme diversidade a que se pretende atender na sala de aula.

Nada disso foi sequer ventilado no Curso, o que muito preocupou a todos. Esperamos que tenha sido só uma "falha técnica", e que os Coordenadores estejam atentos a estes aspectos da questão.

Meu ponto de vista é que podemos fazer deste momento um processo de mudança que há muito se fazia necessário na educação básica. Mas também podemos mascarar o processo com alguns fatores ilusórios e deixar tudo como está. Posto um vídeo genial para ilustrar esta idéia.




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